Uma das frutas mais conhecidas no mundo todo, e nativa das terras temperadas da Europa em cujas montanhas crescia espontaneamente, o morango já era consumido pelos romanos antes da era cristã. Apesar de muito saboroso e valorizado por suas propriedades terapêuticas era de difícil produção e, portanto, não muito popular.
Já na Idade Média, na Inglaterra, os membros da corte de Henrique VIII adoravam morangos, e os italianos os usavam mais como erva medicinal, no tratamento de distúrbios digestivos e como tônico para a pele. Na França, no século XVIII, o jardineiro de Luis XIV cultivava morangos em Versalhes. Seu cultivo começou a se popularizar com o desenvolvimento de uma nova espécie, híbrida, cuja reprodução e cultivo se davam mais facilmente. No entanto, o morango que consumimos hoje, Fragaria Ananassa é o resultado de duas espécies desenvolvidas no continente americano: o Chiloensis (chileno), e o Fragaria Virginiana, nativo do leste dos Estados Unidos, Virginia. A partir de então, com o tamanho aumentado, sem ter perdido suas características de sabor e nutrição, o morango tornou-se presença constante de elegantes cardápios, passando a ter grande valor comercial no início do século XX.
Pelo fato de seu cultivo ser propício em clima temperado, no Brasil seus principais produtores localizam-se nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, embora não haja registros precisos do seu início em terras brasileiras, sabe-se que este já existia desde 1956 no Mercado Praia de Belas, em Porto Alegre. Na década de 1960 seu consumo difundiu-se por todo o país e, ainda que possa ser encontrado em alguns mercados o ano inteiro, o auge da sua produção acontece entre junho e outubro.
Esta falsa fruta, pois na verdade o morango é um receptáculo de frutas que se consistem nos pequenos grãos incrustados na polpa vermelha, é rica em fibras, vitamina C e potássio, tendo em menor quantidade a vitamina B5 e o Ferro. Colabora na resistência dos tecidos (ajuda na cicatrização e é eficaz contra infecções) e dos ossos, assim como na formação dos dentes. Combate hemorragias e ajuda no funcionamento do aparelho digestório e nervoso.
Por ser uma fruta rasteira, em contato direto com a terra, para consumir o morango é necessário lavá-lo em água corrente e, antes de tirar o talo e as folhinhas verdes que se prendem a este, convém deixá-lo de molho, por cerca de 15 minutos, em água com limão ou vinagre. Se não forem consumidos no dia da compra, os morangos devem ser guardados na geladeira (pois são sensíveis a mudanças climáticas) sem lavá-los, porque a água favorece o apodrecimento.